Partirei desta minha terra,
Terra que tão bem me amou.
Deixarei para trás a guerra
Terra que tão bem me amou.
Deixarei para trás a guerra
Que o nosso Estado nos delegou.
Viajarei rumo a uma
tormenta,
Deixarei de beijar a densa aragem,
Deixarei de avistar os bairros da coleta,
Irei seguir noutra romagem.
Miro esta Terra de Mar,
Aldeia que terei de
deixar
E parto a rezar à Nª Sra. dos Remédios.
Beijei eu o chão da sua capela,
Supliquei-lhe que guardasse a minha amada donzela
E que livrasse os marinheiros
de tão indesejados cemitérios.
Terei de embarcar
Sabendo que não é certo o meu retornar.
Estarei nas mãos de
Deus
E serei a prece na reza dos Meus.
Toda a minha vida
Aqui a vive, aqui foi
crescida.
Nasci gaiato do mar,
Fora nas suas ondas que
aprendi a trabalhar.
Já sou um velho embarcado,
Conheço o meu Ílhavo e a sua cor.
Sei eu cada maré no seu leito galgada.
Aceno-lhe mesmo que embriagado
Por esta bebida que é
a minha dor,
Dor de ter de partir numa longa temporada.
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