O Mar dos Outros é feito de marés sem tumultos,
Ventos que sopram levemente, gaivotas a voar,
Embarcações sem fantasmas ou vultos
Daqueles que embarcaram mas não puderam retornar.
Tem o cheiro a maresia, o som das medusas a flutuarem,
Tem o cantar milenar no seu imponente ondular.
É-lhe sempre próxima a terra, o farol para o encontrarem,
Sob o seu céu há sempre a estrela para o guiar.
O Mar dos Outros sempre parecera menos tempestuoso,
Com a crina brilhante, o ondular leve e manso,
Sempre mais altivo no seu dançar, mais glorioso.
Com o rebentar na costa sempre miúdo e pausado,
Tão forte e imponente no seu balanço
Mas sei eu agora que os grandes marinheiros não se fazem em mar calmo.
Dedicado à Dra. Liliana Carvalho