13 de janeiro de 2023

Os Desagrados

À noite, sentados à mesa de madeira,
Trocámos histórias,
Limpámos da testa a sueira
E narraram-se as nossas dolorosas memórias.

As velas no seu sinfónico arder
Foram a luz do entardecer.
Os rostos absortos e desanimados
Tombaram de tristeza ao narrar dos desagrados.

Foi o Zé da Maria 
Que partiu sem beijar a família.
O Toino da Torreira
Que roubou uma algibeira.

Foi o Zé da Gafanha
Que outrora ficou sozinho à deriva no mar.
Incendiara-se o seu navio numa manhã
E mais ninguém se conseguiu salvar.

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