Encontrei junto às
portas no céu erguidas
O corpo trémulo
d´um Rei,
De vestes
reluzentes, com uma coroa de esmeraldas esculpidas.
Vi-lhe no rosto o
semblante d´um sonho que outrora vislumbrei.
Ajoelhei-me
perante os seus pés nas nuvens pousados,
Beijei-lhe o couro
dos sapatos que eu próprio engraxei
Com o fado negro
dos meus pecados.
És tu, Ó Sonho, o
triste algoz da vida que outrora desejei.
Ó, triste Rei!
Entrego-te em mãos a essência do meu viver,
A quimera
fantasiosa dos promessas infundadas,
Toda a força inerte
do meu tão sonhado querer.
Ó, triste Rei!
Foste a visão de quem acordou para te ver nascer,
O cantar do
silêncio nas longas madrugadas,
Foste a corda, o
fado louco dos que te quiseram mas não puderam ter.
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